Dia 27 de setembro é o Dia Nacional do Doador de Órgãos e para conscientizar a população sobre doações e transplantes. A Secretaria da Saúde, em parceria com o Hospital de Estrela, promove uma campanha alusiva ao Setembro Verde. A campanha incetiva que pessoas conversem sobre o assunto com seus familiares e deixe claro a vontade de ser doador.
O evento ocorrerá no dia 28, às 14h, em frente ao Hospital de Estrela. Profissionais da saúde e apoiadores distribuirão folders sobre doação e transplante de órgãos e orientarão a população sobre como se tornar doador.
Além das atividades informativas no local, haverá pessoas transplantadas para explicar a importância da doação de órgãos e como é a qualidade de vida após a cirurgia. O evento contará com a presença da secretária de Saúde do RS, Arita Bergmann.
O Brasil é referência mundial na área de transplantes e o segundo maior transplantador do mundo. Os pacientes recebem assistência integral e gratuita pelo SUS. Conforme dados do Ministério da Saúde, mais de 40 mil pessoas aguardam transplante no país.
Doação de órgãos no município
O Hospital de Estrela conta com uma Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT). Quando há a morte encefálica, a comissão é acionada para acompanhar o processo.
A CIHDOTT é a responsável por acompanhar os exames do doador, notificar a Central de Transplantes e comunicar a família sobre a possibilidade da doação dos órgãos. Caso a família negue essa possibilidade, o protocolo será encerrado. Por este motivo, o Hospital reforça a necessidade de informar os familiares sobre a vontade de ser doador.
Com resposta positiva da família, o protocolo de potencial doador é mantido até a doação. Após, a Central de Transplantes é responsável por gerar a seleção de receptores e aciona as equipes de captação do órgão.
Transplante duplo
A enfermeira Patrícia Jung, 45, é uma transplantada dupla. Há dois anos, ela passou por pela transplantação de rins e fígado. A moradora de Estrela diz que por ser jovem e precisar de dois órgãos, tinha classificação prioritária.
Patrícia entrou na fila de transplantes em março de 2018 e foi chamada para fazer a cirurgia após quase dois anos de espera. O procedimento durou mais de 12 horas no Hospital de Clínicas, em Porto Alegre. “Após a cirurgia, fiquei 12 dias na UTI e minha recuperação foi ótima” relata.
A enfermeira é muito agradecida a família de sua doadora. Ela reforça a importância do diálogo sobre ser doador com os familiares. “A única coisa que eu sei sobre, é que era uma jovem de 23 anos. Essa família disse sim pra minha vida, e provavelmente pra vida de outras pessoas também”.
Patrícia já havia vivenciado o transplante da mãe, que ocorreu em 2016. A causa do transplante é genética e o gene da doença foi passado pela mãe. Por conta disso, sempre foi engajadora da causa de doação de órgãos.
A enfermeira afirma que por ser transplantada e profissional da área da saúde, se sente na obrigação de diminuir a fila de pessoas que aguardam doação de órgãos. “A vida tem pressa, 40 mil pessoas não conseguem esperar durante muito tempo.”
Em decorrência da pandemia, as cirurgias de transplantes diminuíram consideravelmente. Os leitos de UTI disponíveis nos hospitais foram destinados para pacientes com covid-19. Com a baixa frequência de transplantes, a fila de espera cresceu.
Como ser doador de órgãos
Para ser um doador de órgãos, basta conversar com a família sobre esse desejo. Para doar algum órgão em vida, é preciso ter 18 anos e ter boa saúde. Poderão ser doados um dos rins, parte do pulmão, parte do fígado e medula óssea.