Teutônia sediou nessa quarta, 30, o seminário “Oportunidades de Diversificação Rural”. Iniciativa, promovida pela Emater/RS-Ascar em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), prefeitura de Teutônia, Sicredi e Languiru, reuniu produtores rurais da região para debater estratégias que ampliem a base produtiva local, historicamente concentrada na suinocultura, avicultura e produção de leite.
O objetivo do evento foi apresentar alternativas produtivas com mercado já consolidado, especialmente em um contexto de vulnerabilidade como o enfrentado por diversas propriedades afetadas pelas enchentes de 2024. “O seminário foi pensado para trazer ao público alternativas de produção que já estão dando certo em outros municípios e que contam com mercado constituído, ou seja, com facilidade de venda e demanda por novos produtores”, destacou Michael da Silva Serpa, extensionista da Emater em Teutônia.
Serpa também ressaltou que a diversificação representa uma forma eficiente de proteção contra riscos cada vez mais frequentes no campo. “A diversificação protege o agricultor contra as perdas causadas por variações climáticas, crises de mercado, e até mesmo pragas que podem atacar uma única cultura. Ter múltiplas fontes de renda permite ao agricultor lidar melhor com as flutuações de preço e aumentar a receita geral da propriedade.
Também aumenta a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, econômicas e sociais, tornando-o mais resiliente a choques extremos. Existem muitas alternativas, entretanto, além de produzir é preciso comercializar os produtos com facilidade”, acrescentou.
Programação
A programação incluiu quatro palestras técnicas, abordando temas como citricultura orgânica (apresentada pela Ecocitrus), produção de figo (com Luciano Ilha, da Emater de Nova Petrópolis), comercialização por meio de mercados institucionais (com Marcos Regelling, da Cooperativa Caaf) e experiências de programas municipais de incentivo à diversificação, apresentados por técnicos da Emater de Roca Sales e Poço das Antas.
Durante o seminário, foi abordada também a necessidade de adaptação da agricultura familiar à realidade atual, marcada por dificuldades logísticas, aumento de custos de produção e escassez de mão de obra. Cristiano Laste, coordenador regional da Emater, destacou que a diversificação pode ser uma resposta estratégica. “Temos um mercado muito forte para atender. Se os produtores e municípios se organizarem, com escala e estrutura, como uma mini Ceasa regional, podemos comercializar aqui mesmo produtos que hoje vêm de fora. Isso gera renda e fortalece a sucessão familiar no campo”, afirmou.
Laste também ressaltou a importância de um modelo de produção mais próximo, limpo e saudável. “A diversificação da produção voltada para o autoconsumo e o mercado local está cada vez mais em evidência. Isso favorece a saúde, reduz o uso de defensivos e promove alimentos mais frescos e de melhor qualidade.”
