Jornal Nova Geração

ESTRELA

Produtores contabillizam prejuízos pela estiagem

O baixo volume de chuvas, somado às altas temperaturas, prejudica o desenvolvimento das culturas de verão e os primeiros prejuízos começam a aparecer. Os maiores problemas estão na colheita do segundo plantio do milho, feito entre outubro e novembro

Produtor da Linha Figueira, Alberto Mallmann vê o milho plantado não desenvolver os grãos e causar prejuízos (Foto: Jhon Willian Tedeschi)

As dificuldades enfrentadas pelos agricultores na safra passada voltam a fazer parte da rotina neste ano. As chuvas escassas, somadas aos planos frustrados de implementação de poços para armazenamento de água, colocam em risco a produção no início de 2023, sobretudo para quem optou pelo plantio na primavera.

De acordo com os dados do Serviço Geológico do Brasil, que trabalha com as medições nos rios a partir do volume de chuvas, o acumulado em Estrela até a quinta-feira, 12, foi de 14,6 mm. Alguns produtores que mantém estações particulares citam precipitações que chegaram aos 60 mm, como na Linha Glória. No entanto, os volumes ainda são insuficientes para as lavouras.

Na projeção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) do município, as perdas são inevitáveis. Avaliações preliminares indicam que as maiores perdas são do milho plantado entre outubro e novembro. “Quem plantou em julho e agosto, colheu para utilizar como silagem, colheu muito bem e quem vai utilizar o grão, também está tranquilo”, aponta o presidente da entidade, Rogério Hemann.

A Emater-RS/Ascar ainda faz o levantamento inicial dos prejuízos, porém a projeção para um ano quase normal não se confirmou. “Nas duas últimas semanas a falta de chuva combinado com as altas temperaturas só tem piorado a situação”, diz o gerente regional Cristiano Laste. Os técnicos agrícolas estão em uma força-tarefa para identificar as perdas, sobretudo nas propriedades com seguro contratado.

Laste pontua que outras culturas devem ser impactadas pela estiagem, como a soja, além de perdas na fruticultura. Ele estima que, em nível regional, foram atingidas de 60% a 70% das lavouras de milho. Outros prejuízos estimados são na produção leiteira, com a falta de umidade para o cultivo do pasto para alimentação do gado e o aumento no custo de produção, a partir da necessidade de suplementação.

Vertentes com baixo nível

O vice-presidente da Cooperativa Agroindustrial São Jacó (Cooperagri), Aloísio Léo Mallmann, avalia que as perdas vão ocorrer, mas com uma característica diferente em relação ao ano passado. “A seca iniciou a partir da queda dos níveis das águas das vertentes. Percebemos nitidamente que os arroios e rios estão muito baixos”, menciona. Mallmann cita que esse processo ocorreu antes em relação aos dois últimos anos, quando se identificava uma baixa nas vertentes já em outubro.

Colheita limitada

Produtor de milho na Linha Figueira, Alberto Jacob Mallmann, o Piá, relata que, dos quatro hectares plantados, apenas 25% devem ser efetivamente produtivos. Ele mantém um volume maior cultivado em Taquari, onde as perdas foram ainda maiores na propriedade de 250 hectares. “Plantamos em julho e agosto, e o milho ainda deveria estar verde”, relata. As sementes de soja foram compradas, mas o plantio foi adiado devido à secura do solo.

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