Às vésperas da recondução para o Piratini, Eduardo Leite e a equipe de transição pretendem conseguir fechar o quadro de secretariado antes da posse em 1º de janeiro. Ao todo são 27 pastas, e restam 13 cargos. As confirmações dependem de articulação entre aliados, inclusive dos Progressistas, que retornaram à base após o resultado do segundo turno.
No centro do governo, há dois nomes da região ainda nas funções de secretários. O ex-prefeito de Estrela, Rafael Mallmann (Desenvolvimento Urbano e Metropolitano), e a engenheira florestal, Marjorie Kauffmann (Meio Ambiente).
“Meu compromisso se encerra em 31 de dezembro. Depois disso, volto à advocacia”, afirma Mallmann. Existe um rumor de que o partido União Brasil, sigla do secretário, havia indicado a permanência. O ex-prefeito afirma não ter ocorrido nenhum diálogo nesse sentido.
Outro nome do União Brasil, Enio Bacci também é cogitado para alguma função. “Isso passa pela articulação entre o partido e o governo. Para mim, não chegou nada. Estou tranquilo, se meu nome for lembrado, será uma honra muito grande. Mas passa por uma avaliação pessoal também, não vou assumir alguma pasta que não tenha vinculação com minhas áreas de conhecimento.”
Na Sema, de Marjorie, as aprovações dos licenciamentos simplificados e os processos para agilizar os trâmites de análises sobre impactos ambientais fazem com que ela disponha de aprovação por parte do setor produtivo. Ainda assim, a permanência ainda é uma incógnita. A reportagem tentou contato com a secretária. Até o fim desta edição não houve resposta.
Jonatan segue na Casa Civil
Ex-prefeito de Teutônia e integrante do quadro do PSDB, Jonatan Brönstrup vai continuar no gabinete da Casa Civil. “Fui convidado pelo secretário (Artur Lemos, continua na função). Em princípio, ainda na chefia do gabinete. Mas não posso dizer qual será mesmo a função. Só vou ter isso mais claro em janeiro.”
Já a função ocupada por Simone Stülp também não está confirmada. Em entrevista anterior, no dia 4 de novembro, ressaltou a importância da experiência na gestão pública, mas por estar ligada ao quadro de docentes da Univates, seria necessário algum ajuste neste sentido. A reportagem não conseguiu contato até o fechamento da edição.
Transição profissional
Conforme Rafael Mallmann, o processo de transição na pasta de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano ocorreu de forma “profissional”. “Repassamos as documentações, os planos em andamento. Foi de uma maneira tranquila e muito qualificada.”
Esse processo foi comandado por um dos pilares da gestão de Leite e Ranolfo. Trata-se de Cláudio Gastal, que atuou na secretaria de Parcerias Estratégicas e depois assumiu o Planejamento. Havia expectativa para continuidade dele no alto escalão do governo. Gastal informou ao governador que deixa o serviço público e retorna ao setor privado.
Pavimenta continua em 2023
Conforme Mallmann, há três iniciativas fundamentais para a próxima gestão. Começa pelo fundo do transporte coletivo, voltado às regiões metropolitanas (de Porto Alegre e Caxias), e dos conglomerados urbanos (Pelotas e o litoral norte), com objetivo de manter um controle tarifário, estruturas de paradas e investimento para frotas sustentáveis.
Também a continuidade do Pavimenta RS. O programa destinou mais de R$ 24 milhões para obras no Vale, entre as quais o acesso ao Cristo Protetor em Encantado. Por fim, o georeferenciamento do Estado, para desenvolvimento de rotas de transportes compatíveis, por meio de um cadastro eletrônico e em tempo real do deslocamento dos coletivos.
Vale no governo
Ao longo da gestão atual, o Vale do Taquari ocupou funções de destaque, além de Marjorie e Mallmann, a diretoria-geral do Detran esteve com Enio Bacci, a chefia do gabinete da Casa Civil, com Jonatan Brönstrup; e com Simone Stülp, como secretária-adjunta de Inovação, Ciência e Tecnologia.
A região teve como responsável da Justiça e Sistemas Penais, Mauro Hauschild, de Bom Retiro do Sul. O ex-presidente do INSS pediu exoneração na metade deste mês, após suspeitas de beneficiamento da namorada em uma promoção salarial. O caso está em investigação.
Do ponto de vista da futura gestão, a ideia da próxima gestão é mesclar secretários entre técnicos e políticos. Inclusive o governador afirmou que a formação da Assembleia Legislativa pesa nas escolhas. Leite justifica que essa definição passa por análise de cada setor, diretoria e estruturas governamentais. Até o momento, há 14 nomes confirmados.
