O término da coleta de amostras no Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) preocupa gestores da saúde de Estrela. Ainda que os resultados não tenham sido divulgados pela 16ª Coordenadoria Regional da Saúde (CRS), que concentra as análises, as prévias da segunda pesquisa do ano são pouco animadoras.
Embora o número de amostras do LIRAa encerrado em maio tenha sido menor que o levantamento de fevereiro, a expectativa era de uma redução ainda maior. A coordenadora da vigilância em saúde do município, Carmen Hentscke, diz que foram 101 amostras coletadas, contra 146 na pesquisa anterior. “O fato de encontrar muita água com larvas é preocupante”, acrescenta. Conforme o primeiro resultado de 2023, a cidade foi listada como a mais infestada pelo mosquito no estado.
Ao mesmo tempo, os casos de dengue voltaram a crescer em Estrela nas últimas semanas. Entre 15 e 24 de maio, foram 134 confirmações, que elevaram o total no município para 717 pessoas contaminadas desde o início do ano. A localidade com a maior incidência da doença segue o bairro Pinheiros, com 202 casos.
Carmen realça que a procura pelo sistema de saúde se mantém intensa, mesmo sem casos mais graves. Ela avalia que os dias com temperaturas mais elevadas devem manter o número de registros. A atuação dos agentes de combate às endemias manterá a mesma estratégia de visitação aos pontos de maior infestação e contaminação pelo mosquito.
Maior incidência no estado
Encantado despontou no primeiro trimestre como o município com mais registros da doença no RS. Mesmo ultrapassado por Ijuí e Porto Alegre no indesejado ranking, a incidência – casos confirmados, em investigação e inconclusivos a cada 100 mil habitantes – se mantém a mais alta no estado. São 1.730 pessoas que contraíram dengue e quatro óbitos pela doença em 2023.
No entanto, a cidade teve uma desaceleração nos casos. A última semana com alta nos números foi entre 9 e 15 de abril, quando foram registrados 197 infecções. A secretária da Saúde de Encantado, Clarissa Pretto, confirma o viés de queda. “Extremamente importante manter o alerta, o foco na prevenção mesmo agora no inverno”, realça.
Números elevados
Na região da 16ª CRS, três municípios ultrapassaram os 200 casos neste ano. De acordo com os números do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Lajeado e Roca Sales tiveram 226 confirmações cada, além de somarem três óbitos, enquanto Muçum registrou 224 pessoas contaminadas. O outro óbito no Vale do Taquari foi em Travesseiro.
Por outro lado, cidades da microrregião de Estrela que tiveram números expressivos nos anos anteriores conseguiram reduzir os casos da doença. Enquanto Colinas não teve confirmações em 2023, Bom Retiro do Sul teve 29 registros até maio.
