Jornal Nova Geração

ESTRELA

Passado e futuro da Rota do Sol: como o plano de concessões pode melhorar a via

Duplicação de trecho da RSC-453, instalação de rótulas e melhorias na iluminação podem auxiliar no fluxo da estrada e na redução de acidentes no acesso ao bairro Boa União

Da necessidade de uma via que ligasse a Serra Gaúcha ao Litoral Norte, a Rota do Sol começou a ser idealizada em agosto de 1931, pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. O motivo era o projeto para construção de um modal portuário em Torres e a necessidade de transportar a produção da região serrana pelo estado e pelo país.

No entanto, a rodovia começou a ser de fato construída em 1972, no governo estadual de Euclides Triches. Neste ano foram lançadas as primeiras licitações da obra, que durou cerca de 35 anos para ser concluída. A inauguração da via ocorreu no dia 20 de dezembro de 2007.

A rodovia se configura em um grande atalho às praias gaúchas, visto que, anteriormente, todo o trânsito que se dirigia à região, precisava obrigatoriamente ir para a capital Porto Alegre e/ou percorrer a Freeway (BR-290), que era o único acesso asfaltado ao local. Com isso, houve uma melhor distribuição do trânsito pelo estado.
De Estrela a Caxias do Sul, é denominada de RSC-453 sendo de competência estadual. Do km 146 ao 199 é chamada de BR-453, de competência federal. A partir daí passa a ser novamente RSC-453 até o seu final.

RSC-453 e o trecho de Estrela

No final de 1978 o trevo de Estrela estava completamente pavimentado, ligando a BR-386 a Rota do Sol. Em 1979 uma das frentes mais aceleradas das obras foi o trecho entre Novo Paraíso e o Bairro Boa União.

No final de 1980, o governador Amaral de Souza anunciou a conclusão das obras da Rota do Sol, trecho de 14 quilômetros entre Estrela/Teutônia, e início do trecho de 44 quilômetros entre Teutônia/Garibaldi, com investimento de 2 milhões de cruzeiros.

O trecho estrelense possui 15,39 quilômetros, todo em pista simples. Atualmente, a via apresenta pontos a serem melhorados e as dificuldades são visíveis. Tráfego de veículos pesados na área urbana e alto índice de acidentes são as principais reclamações da comunidade.

Problemas do passado que persistem

O trecho da RSC-453 que atravessa o bairro Boa União causa congestionamentos diários, além de ser um local crítico de acidentes. Atualmente, há dezenas de empresas nas margens das vias, além dos moradores que são diretamente afetados com o risco iminente.

No último ano, dezenas de pedidos, entre providências e indicações, deram entrada na Câmara de Vereadores de Estrela, com a expectativa de que uma rótula fosse instalada no km 38 da via, além de melhorias na sinalização.

É consenso entre comerciantes locais que o trevo precisa de atenção. Ricardo Klabunde é proprietário de uma revenda que está localizada há mais de 20 anos na curva de acesso ao bairro. Ele afirma que há muito foi prometido a colocação de uma rótula no local, entretanto, nada foi feito. De acordo com ele, a alternativa iria desafogar o tráfego intenso no trecho, além de evitar mais acidentes. “Nesses 20 anos perdi a conta de quantas ocorrências eu vi. Teve época que tinham acidentes todas as semanas”, relata.

O comerciante Leandro Frozza acredita que a circulação de veículos pesados na via também causa problemas. De acordo com ele, muitos caminhões com dimensões maiores que as permitidas, já causaram estragos para a comunidade. “Como aqui é uma área urbana, acontece muito de veículos pesados enrolarem nos fios. Acabamos ficando sem luz”, desabafa.

A entrada para o bairro Pinheiros também é considerada um trecho crítico de acidentes. O empresário Estevão Santos da Silva tem um mercado que fica próximo ao acesso do bairro. Ele relata que em três meses no local, presenciou quatro acidentes. Ele também destaca sua preocupação com os moradores que vão a pé até o comércio. “O pessoal atravessa muito a faixa para vim no mercado, é muito perigoso. Penso que aqui melhoraria se tivesse uma rotatória pro bairro Pinheiros e uma faixa de segurança”.

Novo modelo de concessão

Atualmente, a RSC-453 é administrada pela concessionária pública Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). No entanto, em junho de 2021, o Governo do Estado lançou consulta pública para concessão para a iniciativa privada. Os investimentos anunciados somam mais de R$ 10 bilhões em 30 anos, com aplicação de R$ 3,9 nos cinco primeiros anos.

O modelo foi dividido em três blocos. O Vale do Taquari integra o bloco 2 do projeto. Os investimentos para este estão avaliados em mais R$ 4 milhões em sete rodovias. A previsão do Piratini é lançar o edital para leilão entre março e abril.

Futuro da rodovia

Em Estrela, serão investidos R$ 125 milhões entre melhorias e ampliações na RSC-453. Entre as principais demandas, está a duplicação e adequação dos acostamentos do km 38, ponto principal em que ocorrem acidentes. No local são registrados, diariamente, o alto fluxo de veículos pesados em alta velocidade. Segundo Frozza, a duplicação irá “organizar a bagunça que é a via”. Também será implantada uma passarela.

Além disso, o projeto de concessão prevê a construção de uma rótula alongada que ligue a via à rua João Fell, como forma de alternativa ao acesso à BR-386. A finalidade é desviar o fluxo de trânsito causado pelo fechamento de acessos feito pela CCR ViaSul no último ano. A dificuldade de chegar na rodovia federal e o tráfego intenso na entrada do município tem sido motivo de reclamação por parte dos moradores.

Melhorias na iluminação nos trevos de acesso às localidades de Novo Paraíso e Nova Morada, Linha Lenz e Linha Geralda também foram atendidas no projeto. As obras estão previstas para o ano 8 de concessão. O ex-prefeito acredita que com a duplicação e as melhorias apresentadas, a região seguirá em constante expansão.

Enquanto isso na ERS-129…

O número total de pedidos para melhorias na ERS-129, no trecho de Estrela, é 28. Dentre eles, somente um foi atendido. O projeto prevê a adequação de acostamento de toda a rodovia.

Solicitações como melhorias no trevo de interseção entre os bairros Boa União e São José, pois ali são ocasionados acidentes, construção de via para pedestres e ciclistas e construção de acostamentos para paradas de transporte coletivo foram negados sob a justificativa de os trechos estarem fora do escopo de concessão.

A matéria completa você confere na edição desta sexta-feira, 18.

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