Há 46 anos, quando Waldemar Leipelt iniciou na área da Fotografia os equipamentos e estúdios eram diferentes do que são agora. Fotógrafo e proprietário da Leipelt Photo Studio, ele lembra que o laboratório ocupava boa parte do espaço e funcionava sob refrigeração, com ar condicionado. O estúdio e as câmeras ficaram velhos e um alto investimento foi necessário, na época, para se adequar às mudanças. “Com a chegada do digital não precisamos mais revelar os filmes e tínhamos resposta de uma foto de forma imediata. Acompanhamos a qualidade da fotografia desde o início. Foi um período difícil de transição, mas que facilitou o trabalho”, afirma.
O proprietário e fotógrafo do Studio Foto Ismael, Ismael Diedrich, está há mais de 19 anos no mercado. Assim como Leipelt, também observou as transformações na fotografia durante os últimos anos. “Eu aprendi a fotografar na era analógica e, em 2006, digitalizamos todo o estúdio, o que exigiu grandes investimentos e também novos conhecimentos”, conta.
Desafiador
Assim como em todas as áreas, existem mudanças, principalmente com os novos equipamentos. Apesar disso, para a fotógrafa e proprietária da Foto Wilson, Nadir Petter, é necessário ter talento próprio para seguir essas transformações. “Isso é mais importante do que a adequação de algum material, pois ser fotógrafo é desafiador. Automaticamente percebemos a necessidade de qualificação”, pontua.
Foto x pandemia
A pandemia afetou todos de alguma forma. O setor de eventos e os que estão envolvidos com isso tiveram queda no trabalho. Os estúdios fotográficos possuem um mix de produtos e isso possibilitou que a área não fosse tão prejudicada. Ainda assim, a Leipelt Photo Studio teve uma redução de 40% na receita. “Neste período alguns trabalhos continuaram, como revelação de fotos e ensaios por agendamento. Quando fechamos, tivemos uma queda acentuada no faturamento. Ainda não estamos 100% equilibrados, mas estamos próximos disso”, afirma o proprietário.
O jeito para contornar a situação foi aproveitar o momento para criar cenários novos e se preparar através de treinamentos e aquisição de softwares. “Quando tudo normalizar, precisamos estar mais estruturados e qualificados”, sublinha.
Há 40 anos, a Foto Wilson está em Estrela. A pandemia trouxe insegurança para a área, mas a adaptação foi fundamental para superar as barreiras impostas por este período. “Caiu cerca de 80% o nosso serviço. Mesmo que tentássemos modificar o estúdio ou fazer uma proposta de fotografar em casa, por exemplo, as pessoas estavam receosas. O que nos salvou foi a aderência pela revelação de fotos feitas pelo celular. É uma maneira de valorizar mais a fotografia”, analisa.
Conforme Diedrich, nunca a produção de fotografias foi tão grande como agora. “Certamente foi uma das principais criações do ser humano. Com relação à pandemia, a diferença foi a falta das grandes festas. Porém, os eventos familiares, as reuniões com menos pessoas, se tornaram ainda mais especiais”, aponta.
Desejos futuros
Com a vacinação e, consequentemente, a diminuição de casos, Leipelt acredita que a situação vai estabilizar e, como se preparam para enfrentar os próximos meses, o momento deverá ser favorável. “O que não conseguimos faturar quando as lojas estavam fechadas, vamos recuperar nos próximos meses. Estamos otimistas, mas com os pés no chão”, ressalta.
O proprietário do Studio Foto Ismael, fica alegre por registrar momentos felizes e fazer as pessoas se emocionarem, apenas com imagens. “Conheci muita gente por causa da fotografia, clientes que se tornaram amigos. Desejo continuar contando a história das pessoas através das fotos por muitos e muitos anos”, reforça.
A fotógrafa Nadir espera que a comunidade sempre valorize um profissional, contratando-o para registrar um momento importante da sua vida, como casamento, formatura e gestação. “Nos qualificamos para isso”, frisa.