Jornal Nova Geração

Opinião

Airton Engster dos Santos

Campanha de associativismo rural em Estrela

Em 1962, no município de Estrela, uma conferência promovida pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL) marcou um momento significativo para o desenvolvimento rural. As palestras foram proferidas por duas figuras proeminentes: o renomado professor Saint Pastous de Freitas e o respeitado dr. Alberto Severo, que destacaram a importância do associativismo no contexto agrícola. O evento atraiu uma atenção considerável, contando com a presença do prefeito local, Bertholdo Gausmann, que reconhecia o valor e a relevância do tema discutido. Sua participação evidenciou o apoio governamental à iniciativa, sublinhando a importância da colaboração entre os setores  para promover o progresso no campo. A cobertura da conferência pela antiga Rádio Alto Taquari trouxe os debates diretamente para os lares dos agricultores da região, ampliando ainda mais o alcance das ideias discutidas. O poder da comunicação foi fundamental para disseminar a mensagem sobre os benefícios do associativismo rural e inspirar outros a se envolverem nesse movimento de união e cooperação.

Aneli Fuchs – Rainha da FEMAI 1966

Em 1966, Estrela comemorou seus 90 anos de história com uma celebração grandiosa: a FEMAI, uma festa que honrava o passado, mas também apontava para um futuro promissor. No centro dessa festividade estava o prefeito Adão Henrique Fett, uma figura emblemática dedicada ao progresso da cidade. Fett liderou os esforços para tornar a FEMAI uma realidade e teve a honra de entregar a faixa à Rainha Aneli Fuchs, símbolo de beleza e elegância do município. A FEMAI tornou-se um momento de união e celebração, quando os cidadãos de Estrela se reconectaram com suas raízes, reafirmando o orgulho de pertencer a uma comunidade tão vibrante. Durante os dias de festividade, as ruas foram tomadas por desfiles, apresentações culturais e atividades recreativas, criando uma atmosfera de alegria e camaradagem que contagiou a todos.

As crianças alemãs no interior de Estrela

No interior de Estrela, floresciam comunidades marcadas pela presença forte e acolhedora dos descendentes de imigrantes alemães. As crianças, desde o nascimento, eram acolhidas nos braços da comunidade, onde o batismo representava um selo de pertencimento àquela coletividade. Cresciam em um ambiente onde a fé era um pilar central, e, ao atingirem a idade adequada, celebravam a primeira comunhão ou a confirmação, momentos de profunda significância espiritual e comunitária. A educação também ocupava um lugar de destaque. Mesmo em meio às rotinas rurais e às atividades agrícolas, as crianças tinham acesso à instrução, seja nas escolas locais, muitas vezes ligadas à própria comunidade, ou por meio de aulas ministradas por membros mais instruídos do grupo.

Os Ruschel eram empreendedores em Estrela

A família Ruschel chegou a Estrela em 24 de agosto de 1872, vinda da região de Feliz. Um fato que logo distinguia os Ruschel dos demais imigrantes germânicos era sua propensão para o comércio, indústria e outras atividades, pouco ligadas à agricultura. Os Ruschel da fase pioneira também assumiram diversas atividades econômicas de vanguarda, como o fornecimento de energia elétrica para a vila, fábricas, moinho e desenvolvimento fluvial com mais lanchas e vapores.  Neste início do povoado e na ausência de bancos, muitas vezes desempenhavam o papel destes. Disponibilizavam recursos para outros comerciantes e industrialistas que chegavam à região. Quando a Intendência se via apertada de numerário, era a eles que recorria. Não sendo bancos, pois estes só chegaram a Estrela no início do século 20, mas como cidadãos viam uma maneira de contribuir para o crescimento da comunidade que os acolhia.

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