Jornal Nova Geração

Opinião

Airton Engster dos Santos

A Escola Paroquial a partir de 1904

A chegada dos imigrantes alemães a Estrela trouxe a esperança de novas oportunidades e um profundo desejo de preservar sua cultura e valores por meio da educação. Esses pioneiros logo se empenharam na criação de escolas comunitárias. Diante das adversidades e da falta de recursos, os imigrantes adotaram uma solução engenhosa e colaborativa: o sistema de mutirão. Juntos, ergueram uma escola próxima à igreja, como um local de ensino e um símbolo de união e comprometimento com o futuro de gerações. Assim, em 1904, nasceu a Escola Paroquial, precursora do renomado Colégio Martin Luther, sob a organização e manutenção da Comunidade Luterana local. Ao longo dos anos, a jornada da Escola Paroquial foi marcada por desafios e pela necessidade de adaptação às exigências legais e regulatórias. No entanto, em meio a essas vicissitudes, sua missão primordial nunca foi comprometida: fornecer educação de qualidade e promover a disseminação da cultura dentro da comunidade.

O Colégio Martin Luther a partir de 1949

Em 1949, um marco significativo na história da educação em Estrela surgiu com a fundação da Sociedade Evangélica Educacional, responsável pela gestão do colégio que viria a se tornar uma referência na região. Com um objetivo claro, a Sociedade iniciou a construção de uma estrutura sólida para apoiar sua missão educacional. O prédio do Colégio Martin Luther, cuja construção teve início em 1952, rapidamente se tornou um símbolo de educação de qualidade na comunidade. À medida que a instituição crescia, novas necessidades surgiam. Na década de 1960, um internato foi adicionado à sua estrutura. Em 1969, um marco importante foi alcançado com a inauguração do prédio júnior, ampliando o escopo educacional.
Assim, ao longo das décadas, o Colégio Martin Luther se estabeleceu como um educandário de excelência, moldando gerações e deixando um legado duradouro de compromisso com a educação e o desenvolvimento humano em Estrela. Suas distintivas escadas altas o identificam visualmente e destacam a busca incessante pela elevação do conhecimento.

Hospital Estrela foi inaugurado em 1929

Na aurora daquele domingo ensolarado de 14 de abril de 1929, os corações da Vila de Estrela e dos arredores pulsavam com uma expectativa radiante. Era o momento tão aguardado, a realização de um sonho coletivo, a coroação dos esforços conjuntos que moldaram o destino da comunidade. A construção do Hospital Estrela erguia-se diante deles, testemunha silenciosa dos sacrifícios e da determinação de um povo.
Desde os primeiros alicerces lançados até a colocação da última pedra, cada tijolo, cada viga, cada detalhe daquela instituição representava um símbolo do cuidado mútuo, do zelo pela saúde e do amor ao próximo. E quando, enfim, as irmãs franciscanas chegaram para trabalhar na Casa de Saúde Estrelense, formando uma nova comunidade religiosa com promessa de serviço abnegado e dedicação incansável, o coro de gratidão ecoou pelos campos e ruas. E então, no ápice desse momento histórico, a festa de inauguração se desdobrou, irradiando alegria e esperança em todos os cantos da Vila. Homens, mulheres e crianças, unidos em um só propósito, celebravam a conclusão de uma obra material, e a consagração de um ideal compartilhado. Com justiça, proclamavam orgulhosos: “O nosso hospital”.

Residência da família Geisel em Novo Paraíso

Augusto Geisel, um imigrante alemão, desembarcou no Brasil carregando apenas suas malas e os sonhos de uma vida melhor. Como tantos outros imigrantes, seu desejo era conquistar uma pátria e uma profissão digna para si e sua família. Augusto encontrou trabalho numa fundição em Estrela, onde passava longas horas batendo ferro em uma bigorna. Logo, ele encontrou uma nova oportunidade como professor.
Foi durante seu tempo como professor que Augusto conheceu Lydia Beckmann. Juntos, eles construíram uma família e compartilharam uma vida simples, pautada pela modéstia e pelo trabalho árduo. Augusto, sempre dedicado aos estudos e ao aprimoramento pessoal, transformou-se em professor público em Novo Paraíso, interior de Estrela. A vida de Augusto Geisel tomou um novo rumo por volta de 1907, quando ele decidiu se mudar para Bento Gonçalves, levando consigo sua esposa e quatro filhos: Amália, Bernardo, Henrique e Orlando. Foi nessa época que o quinto filho do casal nasceu, Ernesto Geisel, que mais tarde viria a se tornar presidente do Brasil entre os anos de 1974 e 1979. Augusto Geisel se aposentou como Juiz de Paz. Seu falecimento em 1937 foi o fim de uma jornada extraordinária.

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