Jornal Nova Geração

OPINIÃO

Guerra de Israel e o Hamas

"Essa movimentação forçada acaba criando diferentes sentimentos e angústias que não são simples de resolver”

A Alemanha durante o período da Segunda Guerra mundial, que ocorreu entre 1939 e 1945, marcou a segunda diáspora hebraica, ou seja, a imigração em massa dos judeus que sofriam com a perseguição nazista em diferentes países ocupados durante o terceiro reich, como no caso da Áustria, Polônia e Tchecoslováquia. A criação de um território específico a este grupo foi a decisão tomada pela ONU em 1948 para receber esses imigrantes.

Na ocasião, foi decidido que a Palestina seria reduzida e que parte deste território seria ocupado pelos judeus, Israel. A divisão resultou em uma porcentagem de 44% do território aos palestinos e 55% aos judeus. Desde então, Israel foi avançando, e a Palestina, reduzindo. Importante ressaltar que a Palestina também é conhecida como a Faixa de Gaza juntamente com a Cisjordânia, que em função deste avanço israelense passou a ser um território com grande densidade demográfica de refugiados.

No dia 7 de outubro deste ano, o Hamas, grupo político e militar de orientação sunita islâmica, (com participação do Hezbollah, Jihad islâmico e Irã) resolveu realizar ataques a Israel em resposta à questão territorial. Desde então, as notícias apresentam diferentes coberturas em relação ao conflito, sendo que uma grande preocupação dos países é com a população civil que vive na faixa de Gaza e Cisjordânia no que diz respeito à alimentação dentro do território em função do conflito, assim como a violência aplicada pelo grupo Hamas.

É muito importante fazermos a leitura correta sobre os acontecimentos que marcam os conflitos no passado e na contemporaneidade, pois de ambos os lados existem diferentes interesses envolvidos. Quando envolvem questões para além de políticas alcançando também uma esfera religiosa, como no caso de Israel, ao meu ver, os conflitos se tornam mais delicados, pois envolvem sentimento de pertencimento ao que os judeus reconhecem como “terra prometida”. No passado, este mesmo território já foi palco de outros conflitos. O sentimento de pertencimento ocupa este cenário, e não vejo uma resolução de problemas simples neste caso.

Sendo ousado, comparei os motivos do conflito ao que está se vivendo por muitos no Vale do Taquari: famílias que por motivo de enchente tem de se retirar do seu lugar para ocupar outro, onde não existe sentimento de pertencimento. Essa movimentação forçada acaba criando diferentes sentimentos e angústias que não são simples de resolver. Que a força da natureza e a do homem sejam possíveis de se contornar sem que haja mais perdas, de pertencimento, de vidas, de sonhos e que a tranquilidade possa voltar a ocupar estes espaços que vêm sendo ocupados de forma indesejada.

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