“Há exatos 12 meses todos nós fomos, de uma ou outra maneira, desafiados de forma inesperada a conviver com o medo. O medo do invisível, do desconhecido. Nos preparamos, estudamos muito e fomos apresentados à uma nova realidade.
Mudamos de opinião uma, duas, três vezes… me arrisco a dizer que quem não mudou de opinião durante todo esse período, não estudou o suficiente ou não atualizou os seus conceitos. Fecha tudo, abre tudo. Erramos muito, acertamos muitas outras vezes. Foi e continua sendo tudo novo para todos. Aprendemos muito, com nossos erros e acertos, mas há muito para evoluir.
Sempre fui muito questionado ao longo desse ano: Dr. Juliano, como está a pandemia por aqui? Até duas semanas atrás, minha resposta era a seguinte: estamos, sem dúvida, por conta da reestruturação dos nossos serviços de saúde, do grande esforço dos profissionais envolvidos na assistência aos pacientes, da participação de toda a comunidade, conseguindo atender a todos sem grandes sobressaltos, ninguém deixou de ser assistido, todos são atendidos com a devida atenção. Havíamos conseguido, sem sombra de dúvidas, alcançar o que se desejava lá no início da pandemia – o achatamento da curva. Apesar do medo, do receio de adoecer, essa condição nos proporcionava uma certa tranquilidade.
O que não gostaríamos nem poderíamos imaginar é o que está acontecendo nesse momento. Nem o mais pessimista habitante do nosso querido Vale do Taquari sonharia com o cenário atual – uma epidemia dentro de uma pandemia. A irresponsabilidade de muitos, que promovem aglomerações desnecessárias, o negacionismo de outros tantos, uma política de vacinação em massa inadequada, o surgimento de outras cepas virais que proporcionam permanente circulação viral, estão, certamente, entre os motivos elencados que justificam a atual situação.
E agora, para onde correr?
Continuaremos correndo aos serviços de saúde, aos hospitais, aos postos de saúde e aos prontos atendimentos. Estamos todos juntos nessa guerra. Os esforços que foram feitos ao longo de todo 2020 serão redobrados agora.
Como cada um de nós pode contribuir?
Não te aglomera. Reduza tua circulação. Use máscara. Acredite na vacina! O comportamento da sociedade é ainda mais importante e fundamental nesse momento ímpar que estamos vivendo.”