Jornal Nova Geração

OPINIÃO E BASTIDORES

É preciso falar (mais) de enchentes!

Os municípios abençoados pelo Rio Taquari e afluentes precisam definir espaços e períodos para debater de forma insistente e provocativa sobre os verdadeiros riscos das enchentes e inundações

Os municípios abençoados pelo Rio Taquari e afluentes precisam definir espaços e períodos para debater de forma insistente e provocativa sobre os verdadeiros riscos das enchentes e inundações. A sociedade do Vale do Taquari não pode mais tapar o sol com a peneira e seguir pormenorizando os desafios. É preciso reservar bom período anual para reunir os diversos personagens, agentes e especialistas para pulverizar e consolidar uma nova cultura regional em defesa da vida, do meio ambiente e do desenvolvimento econômico e social sustentável da região. Amvat, Amat, Avat, Codevat, CIC/VT, associações comerciais e outras tantas entidades civis organizadas (ou não) precisam reservar um mês inteiro para debater soluções e mitigar, de uma vez por todas, os mais impactos causados todos os anos pelos fenômenos climáticos. E tudo isso em consonância com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

E isso não é um movimento novo em âmbito nacional. Na região de Blumenau (SC), por exemplo, onde as enchentes também são recorrentes e os efeitos já foram mortais em tempos passados e recentes, os catarinenses aderiram ao Julho Laranja. Em resumo, os principais atores e agentes do desenvolvimento social e econômico do município se organizam uma vez por ano para as mais variadas atividades lúdicas acerca dos riscos, características, fatores e formas de mitigar e enfrentar os efeitos dos fenômenos climáticos. Simulados em escolas e empresas, palestras para pais e estudantes, exposições fotográficas, plantios de mudas nas matas ciliares e na conservação de taludes e plenárias são algumas ações orquestradas durante os 30 dias. Uma forma efetiva e simples de manter o debate em voga e evitar o perigoso esquecimento.

A tragédia e as eleições

Os primeiros dias pós-tragédia exigiram muito comprometimento e empatia por parte dos servidores públicos. Concursados e comissionados deixaram de lado as funções técnicas e legais para colocar a mão na massa e devolver segurança e tranquilidade a milhares de contribuintes. Foi um movimento necessário e crucial naquele momento obscuro. Mas, e isso precisa ser melhor observado pelos órgãos fiscalizadores, já se passaram mais de 40 dias da catástrofe do Rio Taquari, e os sistemas públicos está normalizados nos municípios. Dito isso, a entrega de mantimentos, cestas básicas e demais produtos oriundos dos mais variados entes públicos precisa ser feita de forma institucional. Não há mais razões para determinados agentes políticos entregarem donativos. Em suma, e isso vale para todas as cidades impactadas, a tragédia não pode virar palanque para 2024.

ExpoFaz 2023 abre as portas

“Uma festa preparada especialmente para os Vilanovenses, na qual vamos contar a História de Fazenda Vilanova e mostrar as potencialidades que a cidade possui”. É com essa chamada que a comissão organizadora da Expofaz 2023 convoca a comunidade regional, estadual e nacional para prestigiar a diversidade de expositores já disposta nas áreas comercial, industrial e de serviços montadas no Parque Municipal Encanto da Fazenda. A feira iniciou na quinta-feira e vai até domingo. Um momento ímpar para conhecer as potencialidades do município e, por consequência, do pujante Vale do Taquari. E, na ausência de outros eventos, cancelados pela tragédia provocada pela histórica enchente do Rio Taquari, a ExpoFaz ganha ainda mais importância e protagonismo.

Batimetria e logística

Afinal, a profundidade do Rio Taquari sofreu alterações após a tragédia de setembro e as demais enchentes registradas em 2023? Os moradores, especialistas e comentaristas de plantão querem saber se o fundo e a calha do rio sofreram alterações e qual seriam os impactos disto na movimentação natural do leito. Sobre isso, uma novidade. Na quarta-feira passada, em Brasília, a Diretora Administrativa da E-Log, Andressa Traesel, e o prefeito de Estrela e presidente da Amvat, Elmar Schneider (MDB), visitaram o Diretor de Infraestrutura Aquaviária do Dnit, Erick Moura de Medeiros, na companhia do Superintendente do Dnit no RS, Hiratan Pinheiro da Silva, e do Diretor Aquaviário do RS, Eduardo Dubaj. E o governo estrelense saiu de lá com a garantia de que a batimetria do Rio Taquari – no trecho entre o porto fluvial e a barragem de Bom Retiro do Sul – inicia “assim que baixarem as águas”. Aguardemos!

Curtas da semana

  • Em Teutônia, o vereador Claudiomir de Souza (União Brasil) propôs e o plenário aprovou o título de “Cidadão Teutoniense” para Genir Pithan “pelos relevantes serviços prestados ao município”.
  • Também em Teutônia, a polêmica no Executivo é o futuro da dobradinha vencedora do pleito municipal de 2020. Afinal, a vice-prefeita Aline Kohl (PL) permanece ao lado de Celso Forneck (PDT), ou ela vai acatar o otimismo de terceiros e buscar um voo solo em 2024? É pagar pra ver.
  • A câmara de Imigrante vai receber até segunda-feira, dia 23, as propostas das empresas interessadas em realizar a reforma do prédio do Legislativo. E em virtude das reformas, houve mudança de endereço temporário para a Av. Dr. Ito João Snell, nº 1185, no centro da cidade.
  • Bom Retiro do Sul vai sediar Curso Internacional de Busca e Salvamento em Cheias Urbanas. O evento é uma parceria entre governo municipal e Associação Gaúcha de Resgate, Salvamento e Combate a Incêndio (Asgresci), e será realizado de 27 a 29 de novembro, com as aulas teóricas no auditório da prefeitura. As vagas são limitadas.
  • Já em Colinas, equipes da saúde, bombeiros voluntários, assistência social, CRAS, integrantes do Conselho da Saúde e da Emater – além de profissionais da educação – iniciaram na segunda-feira passada um treinamento com o grupo Médicos Sem Fronteira. O objetivo é qualificar as equipes para enfrentar desafios emergenciais de forma mais eficaz, especialmente em relação as demandas trazidas pela tragédia do Rio Taquari.
  • Vereador suplente em Estrela, Silas Alvas (PL) solicita à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que inclua os municípios de Estrela, Lajeado, Cruzeiro do Sul, Muçum e Roca Sales no projeto-piloto para uma nova forma de envio de alertas por SMS à população. E eu incluiria Bom Retiro do Sul, Colinas, Encantado e Arroio do Meio neste enredo.
  • Ainda em Estrela, o vereador João Braun (PP) sugere uma campanha de arrecadação via pix com a finalidade exclusiva de equipar a Defesa Civil Municipal. Aliás, e sobre isso, o governo federal já aportou recursos às Defesas Civis Municipais. Inclusive em solo estrelense.
  • Em tempo. A política partidária anda meio silenciosa em Estrela…
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