O avanço populacional identificado nos últimos anos no município será reforçado nos próximos meses. A construção de loteamentos, combinada com a abertura e expansão de empresas, atraem novos moradores para Estrela. Considerando os empreendimentos lançados e os que estão em fase de análise de implementação, cerca de 500 novos terrenos podem receber residências.
Um dos bairros que deve ter o maior crescimento populacional é o Auxiliadora, com três loteamentos construídos – destes, um com 40 áreas está pronto e outro com 150 deve ser entregue até o fim do ano. Nas proximidades, na extensão da rodovia Transantarita, um condomínio fechado está em fase de licenciamento, além da abertura de mais lotes.
A perspectiva é da abertura de mais terrenos para venda na Linha São José, em Novo Paraíso e no bairro Boa União. Nos distritos de Costão e Delfina existem estudos de viabilidade em andamento para mais loteamentos. Os movimentos indicam que Estrela cresce para as regiões mais periféricas, a partir do desenvolvimento desses locais e promessa de novos negócios.
Ajustes na legislação, tanto em nível federal, quanto em nível municipal, propiciam a estruturação de novas áreas residenciais. Por exemplo, os vereadores aprovaram um projeto que permite agrupar até três loteamentos para abertura de uma área institucional maior.
O engenheiro da Secretaria de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade (Sedis), Frederico Birkholz, explica o conceito de área institucional. “Conforme a lei de loteamentos, um percentual precisa ser destinado para a abertura de ruas e para espaços públicos, que podem ser utilizados para a construção de escolas, praças ou postos de saúde.”
A legislação prevê a reserva mínima de 25% da área total para fins de equipamentos públicos. Além disso, obriga o loteador a implantar toda a infraestrutura mínima, como pavimentação, rede de água e rede de luz. “É necessário para deixar tudo 100% pronto, para a pessoa chegar e morar, sem ter problemas futuros nesse sentido”, aponta Birkholz.

novos moradores (Foto: Jhon Willian Tedeschi)
Etapas do processo
O engenheiro menciona que, antes do processo de preparação da área para os moradores, existe um estudo de viabilidade urbanística para verificar os impactos e as necessidades do interessado em implementar um loteamento. Depois disso, são feitos procedimentos burocráticos, como a instalação de licenças prévias e de operação. A partir daí, superadas essas etapas, a empresa pode iniciar a abertura dos lotes.
Condomínios rurais
Uma modalidade de loteamento que o município prevê, são os condomínios rurais, grupos de pequenas propriedades. Birkholz fala sobre a novidade, que tem exigências semelhantes ao loteamentos urbanos. “Hoje o nosso parcelamento de solo está em 2 hectares (20 mil m²). Daqui a pouco a pessoa quer 2 mil m², que é muito mais fácil para segurança, manutenção. E esses espaços te proporcionam uma estrutura rural, no formato de um condomínio fechado que o município administra ‘da porteira’ para fora.”
Aumento populacional
Birkholz avalia que não deve ocorrer um crescimento muito grande da população, pelo menos não em curto prazo. “O aumento se dá conforme empresas entram no município e vagas de emprego são criadas. Toda cidade quer crescer, mas pensamos em crescer ordenadamente”, pontua. Ele relata casos de pessoas que procuram a própria administração, com interesse em morar na cidade.
“Pessoas que trabalham no Polo Petroquímico vieram conversar conosco, pedir indicações de quais os melhores bairros para morar. Tem pessoas que nos procuram pela qualidade de vida do município e para evitar cidades maiores”, diz o engenheiro, que também cita ex-colegas que foram trabalhar em outros municípios, mas se mantiveram residentes em Estrela. “Isso atrai ainda mais pessoas”, completa.
Potencial de desenvolvimento
Na região do bairro Auxiliadora, a Eidt Empreendimentos prevê disponibilizar 190 terrenos até o fim de 2022. Somados os loteamentos previstos para as proximidades da estrada Transantarita, são 475 lotes em um trecho bastante próximo. A perspectiva é que as localidades tenham um crescimento grande nos próximos anos.
Assim avalia Pedro Augusto Eidt, sócio-proprietário da empresa, que aponta uma possibilidade de desenvolvimento importante para as áreas. “São regiões onde a cidade cresce. O Auxiliadora era um bairro consolidado, mas não tinha terrenos a venda.”
Ele ainda menciona o processo de municipalização da rodovia e as melhorias que já são feitas, como a implantação de rede de água. “Quando tiver maior infraestrutura mudará a dinâmica da rodovia”, acrescenta, ao citar também a necessidade de iluminação no trecho.
Oportunidade de uma vida nova
Para sair do aluguel e conseguir se estabelecer no município, Lara Taís Agnes, 27, se mudou para Novo Paraíso há cerca de seis meses, junto com o marido e o filho recém-nascido. A família é natural de Santa Rosa e mora em Estrela há seis anos, atraídos pelas oportunidades de emprego e estrutura que o município oferece. “Temos familiares que moram aqui há mais tempo, viemos visitar e ficamos”, lembra.
Eles moraram anteriormente nos bairros das Indústrias, Imigrante e na Linha Santa Rita, antes de adquirir um terreno para construir a casa própria. Mesmo com as restrições de infraestrutura e serviços, uma vez que a localidade não tem escola, farmácias ou supermercados, Lara afirma a satisfação com a cidade e diz querer fixar moradia na região.
