Jornal Nova Geração

ENTREVISTA

Cafezinho com NG | Astor Jair Dalferth

O maestro das orquestras de Teutônia, uma das principais do Rio Grande do Sul, de Imigrante e do Colégio Gustavo Adolfo, de Lajeado, promove o projeto Orquestra Cidadã, com apresentações em todo o estado

O maestro iniciou a trajetória em Estrela e hoje comanda orquestras em dois municípios da região. Crédito: Arquivo pessoal

Jornal NG: Como iniciou seu contato com a música e o processo até se tornar maestro?
Astor Jair Dalferth: Minha trajetória musical iniciou há 9 anos com aulas de violão com os professores Helmuth Prediger e Silvio Ahlert. Anos depois, iniciei as aulas de trombone de pisto com o professor Airton Grave e trombone de vara com o maestro Gerson Thomaz de Carvalho, conhecido como Pernambuco. Aos 14, iniciei com aulas de piano e fui morar em Estrela na Pensão da Tia Selma, próximo ao Hospital, dividindo quarto com o maestro Pernambuco e tocando na Banda Municipal de Estrela por pelo menos 5 a 6 anos. Assim terminei meu Ensino Médio no Colégio Santo Antônio. Em 1984, fui contratado pela prefeitura de Estrela para ministrar aulas de violão por todo o interior, tendo em torno de 250 alunos. Em julho de 1985, fui convidado para participar do projeto cultural de Teutônia, como professor de música e músico da então Banda Municipal de Teutônia. Em 1986, fui selecionado, por concurso, a ser Sargento Músico da Aeronáutica, servindo por 3 anos na Base Aérea de Canoas. Mesmo assim, segui participando dos ensaios regulares da Banda Municipal de Teutônia. Em 1989, em função da queda absurda do salário pela inflação da época, retornei a Teutônia para daí sim, assumir como maestro da Banda. Dessa forma, fui desenvolvendo esse trabalho em outras cidades, como Imigrante, Garibaldi, Nova Petrópolis e Lajeado, porém, sempre me atualizando com frequentes cursos de Regência e arranjos. Foi uma trajetória rica e envolvente, mostrando toda a minha paixão pela música.

NG: Qual a importância que você atribui à atuação das orquestras dentro das comunidades?
Dalferth: A música, acima de tudo, é um instrumento socializador e inclusivo. Em países mais desenvolvidos as crianças têm acesso à música desde os seus 2 ou 3 anos, desenvolvendo-se e usando tudo que a música pode oferecer para o seu crescimento técnico e acima como ser humano.

NG: O trabalho com crianças e jovens é algo evidente nesses grupos. O que isso contribui, no seu entendimento, para a formação nestas faixas etárias?
Dalferth: Ter jovens e crianças em alguma orquestra, significa a participação familiar, o comprometimento e um exemplo de trabalho coletivo. Tocar em uma orquestra é algo formidável em todos os sentidos, pois é uma atividade muito rica em seus propósitos. Propõe crescimento técnico no instrumento, leitura musical, interpretação e percepção individual e coletiva. Vejam o quanto nosso cérebro trabalha.

NG: Conte para nós sobre sua trajetória na Orquestra de Teutônia, e a sensação com as premiações e turnês em outros países?
Dalferth: A Orquestra de Teutônia foi a precursora em alguns quesitos. A primeira a ir à Europa e por lá conquistar premiações, abrindo portas para que outras também o fizessem. Porém, sempre é desafiador levar um grupo grande para lá e ao mesmo tempo é tão enriquecedor. Desafiador pelos cuidados com os instrumentos e do despreparo dos aeroportos, enriquecedor por tudo que aprendemos em turnês como essas. Hoje temos muitos amigos pelo mundo todo em função disso. As conquistas dos prêmios é um presente pela entrega do coletivo nos estudos e ensaios preparatórios. Por isso, comentei da riqueza em estudar música e da participação de crianças e jovens em projetos musicais.

No Cafezinho com NG desta semana, conversamos com Astor Jair Dalferth, 58, maestro das orquestras de Teutônia, uma das principais do Rio Grande do Sul, de Imigrante e do Colégio Gustavo Adolfo, de Lajeado. O grupo promove o projeto Orquestra Cidadã, com apresentações em todo o estado.

Compartilhar conteúdo

PUBLICIDADE

Sugestão de pauta

Tem alguma informação que pode virar notícia no Jornal Nova Geração? Envie pra gente.

Leia mais: