A ideia de um novo acesso da Linha São José ao bairro Boa União avança para a elaboração do projeto executivo. O governo contratou uma empresa especializada para desenvolver estudos e apresentar uma proposta de nova ponte sobre o Arroio Boa Vista. As melhorias são aguardadas há pelo menos 10 anos e desde então várias intervenções visaram manter a trafegabilidade no trecho de 65 metros.
A Engemost Soluções em Engenharia, de Canoas, finalizou o trabalho de sondagem do solo na sexta-feira passada, 28, o que encerra a etapa inicial do projeto. O custo do serviço foi de pouco menos de R$ 70 mil – a administração estimou gastar R$ 164 mil no projeto. Anteriormente foram feitos estudos da área, ambiental, hidrológico, entre outros. A partir de agora, a equipe aguarda pelo relatório final com os resultados das análises para desenvolver o desenho da nova ponte.
O engenheiro responsável Tiago Borges explica que a preparação é necessária para que o projeto seja feito conforme as necessidades do município. “A partir disso, fazemos uma proposta de um desenho que indica altura e largura, se vai ter passeio ou não.”
Na licitação o governo indicou algumas medidas específicas para a pista e também que a nova ponte deverá ter ciclovia e espaço para pedestres. Serão duas faixas com largura de 3,5 metros, uma barreira rígida para proteção dos veículos, área para ciclistas com largura de 3 metros e uma calçada de passeio com 1,2 metro.
Normalmente são apresentadas duas alternativas. Borges destaca o fato da ponte ser localizada em uma área urbana, que faz a ligação da Linha São José com o restante da cidade e absorve parte do tráfego que desvia da BR-386. Com as obras da faixa adicional na rodovia e a implementação de um novo trevo junto à ERS-129, este deverá ser o principal acesso ao bairro Boa União e se projeta uma redução no trânsito pela entrada da Rota do Sol.
Contratempos atrasam entrega
A empresa tem um prazo contratual para apresentação da proposta e aponta que deve ter os trabalhos prontos até a primeira quinzena de dezembro. No entanto, o projeto deveria ter sido entregue há pelo menos um mês e meio, pondera o também engenheiro Robson Soares. “Tentamos fazer o estudo do solo, mas alguns moradores reclamaram da presença de pessoas estranhas no local e acionaram a Brigada Militar”, lembra.
Ele acrescenta que foram citadas ocorrências de roubos de fios no local, o que foi explicado à empresa pelos policiais e pelo município. Além disso, as chuvas recentes atrasaram os estudos, que dependem das condições climáticas.
Reaproveitamento da ponte
Na licitação, o governo também incluiu o projeto para remoção da atual passagem, construída em madeira e ferro, e que permite a passagem de veículos com no máximo 2,5 toneladas. “Dentro do serviço é feito um projeto para demolição da ponte existente, até com possibilidade de reutilização em outro local, o que é um desejo do município”, finaliza Soares.
Histórico de desafios
O trecho entre a Estrada General Osório e a rua João Lino Braun, que passa pela ponte, passou por diversas intervenções nos últimos anos. Apesar da via ser de responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer), a manutenção da ponte está a cargo do município desde 2016.
A principal delas foi o asfaltamento do trecho, em 2019. No entanto, no início de 2021, o local foi muito utilizado como desvio, quando da interdição de outra passagem sobre o Arroio Boa Vista, na BR-386. Para evitar o tráfego de veículos pesados, foi instalada uma “goleira”, que restringe o acesso.
